As imunoglobulinas G e imunoglobulinas M,também conhecidas por IgG e IgM,são anticorpos que o organismo produz quando entra em contato com algum tipo de microrganismo invasor.
Esses anticorpos são produzidos com objetivo promover a eliminação de bactérias,vírus,parasitas e fungos,além de toxinas produzidas por esses microrganismos quando invadem o corpo.
Como são importantes para avaliar a resposta imunológica do organismo à infecção,a dosagem de IgG e IgM podem ajudar no diagnóstico de diversas doenças.
Assim,de acordo com o teste que o médico indica,é possível saber se essas imunoglobulinas estão ou não presentes circulantes no sangue e,assim,saber se a pessoa está com a infecção ou teve contato com o agente infeccioso.
Diferença entre IgG e IgM
As imunoglobulinas G e M são estruturas com forma semelhante à letra "Y",são formadas por cadeias pesadas e cadeias leves e podem ser diferenciadas de acordo com características bioquímicas e moleculares,como tamanho, carga elétrica e quantidade de carboidratos em sua constituição,o que influencia diretamente em sua função.
Assim,a partir da avaliação das características bioquímicas e moleculares é possível diferenciar os tipos de imunoglobulinas incluindo IgG e IgM,em que o IgG corresponde à maior imunoglobulina circulante no plasma e o IgM à maior imunoglobulina presente no espaço intravascular,que é o espaço dentro dos vasos,além de possuírem em suas regiões variáveis e extremidades diferentes padrões de complementariedade,o que tem impacto na função que desempenham.
Para que serve IgG e IgM
IgG e IgM são proteínas produzidas pelo organismo com o objetivo de defender o organismo contra agentes infecciosos e suas toxinas.
O IgM é o primeiro anticorpo a ser produzido quando há uma infecção,sendo considerado um marcador de fase aguda da infecção.
Essa imunoglobulina é responsável por ativar o sistema complemento,que é um sistema formado por proteínas, sinalizando que há uma infecção e favorecendo a eliminação do agente infeccioso invasor.
O IgG é produzido um pouco mais tardiamente,mas ainda na fase aguda da infecção,porém é produzido de acordo com o microrganismo invasor,sendo considerado mais específico, além de permanecer circulante no sangue,protegendo a pessoa contra possíveis infecções futuras pelo mesmo microrganismo.
A produção de IgG é também induzida pela vacinação,de forma a proteger o corpo contra um agente infeccioso específico.
Assim,os IgG são uma espécie de memória que o organismo cria para o resto da vida.
Quando o exame é indicado
O exame sorológico de IgG e IgM serve para detectar o estágio de diversas doenças,como a toxoplasmose,rubéola,infecção pelo citomegalovírus ou pelo SARS-CoV-2 (COVID-19),por exemplo.
Quando ocorre uma nova infecção,os primeiros anticorpos produzidos são as IgM que vão diminuindo à medida que a infecção é controlada,dando lugar às IgG,que permanecem para o resto da vida.
IgG negativo | IgG reagente/ positivo | |
---|---|---|
IgM negativo | A pessoa nunca entrou em contato com o microrganismo. | A pessoa entrou em contato com o microrganismo numa infecção antiga ou teve sucesso com a vacina. |
IgM reagente/ positivo | A pessoa está ou esteve há poucos dias com uma infecção aguda. | A pessoa sofreu uma infecção recente,há umas semanas ou meses. |
Assim,a existência de grandes quantidades de IgM para a rubéola,por exemplo,é sinal de que a infecção é recente,e quando os seus níveis baixam,permanecem os de IgG,o que significa que a infecção está controlada e que o organismo está produzindo anticorpos específicos contra este vírus,obtendo assim memória imunitária para essa doença.
Assim,num próximo contato com o vírus,o risco de desenvolver a doença seria mínimo,pois a pessoa teria anticorpos IgG específicos contra a rubéola que agiriam imediatamente.
O mesmo acontece com a vacinação,em que,na maior parte dos casos são administrados vírus inativos que induzem a formação de IgG específicos.
O que significa IgM e IgG reagentes para COVID-19?
Caso no teste rápido para COVID-19 seja verificada a reação para IgM e para IgG significa que a pessoa está infectada pelo SARS-CoV-2,sendo importante ficar em isolamento e seguir as orientações do médico.
O IgG positivo indica que a pessoa está entrando em uma fase mais crônica da infecção,sendo comum a pessoa não apresentar mais sintomas de infecção.
No caso de apenas o IgM ter sido positivo,é sinal de que é uma infecção recente,ou seja,é indicativo que a pessoa foi infectada há poucos dias,de forma que o sistema imunológico começou a atuar contra o vírus,sendo importante seguir as orientações do médico para evitar a transmissão da doença.
Por outro lado,caso seja apenas verificado IgG reagente, significa que a pessoa teve contato com o vírus em uma infecção recente,no entanto não está na fase ativa da doença, de forma que não transmite mais o vírus.
É comum que o IgG permaneça positivo algumas semanas após a infecção.
Exame de IgG e IgM na gravidez
Durante a gravidez,o médico pode realizar alguns exames de sangue para identificar as infecções que a mulher já teve e para avaliar o seu estado imune,mediante dosagem de anticorpos específicos para cada um dos agentes infecciosos.
Existem 5 infecções que se permanecerem na gravidez podem ter um elevado risco de transmissão para o feto,sendo ainda mais grave quando a mãe sem anticorpos para um destes vírus adquire a doença durante a gestação,como é o caso da toxoplasmose,sífilis,rubéola,herpes simples e citomegalovírus.
Assim,é muito importante realizar a vacinação contra a rubéola cerca de um mês antes da gravidez e fazer o teste sorológico de forma a tratar as outras infecções antecipadamente.
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